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Coimbra e Coimbra, Advogado
Coimbra e Coimbra
Comentário · há 4 anos
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Coimbra e Coimbra, Advogado
Coimbra e Coimbra
Comentário · há 5 anos
Excelente texto!
Só posso dizer isso: defender os direitos das pessoas é o ensinamento que nós, advogados, aprendemos desde que nos propusemos a cumprir os mandamentos dessa honrada profissão.

Falo por mim, agora, mas, talvez, alguém mais se identifique: sempre imaginei que, não importa quem seja, o respeito aos direitos constitucionais conquistados é o que faz de nós uma sociedade civilizada e organizada.
Essa civilidade, ainda que tecemos ferrenhas críticas, nos proporciona uma liberdade que é protegida e assegurada.

No entanto, tenho algo a confessar:
ontem, ao assistir toda a história e ouvir depoimentos de vítimas que estão denunciando o charlatão chamado João de Deus, a sensibilidade que é peculiar a uma mulher me despertou um sentimento de revolta.
Revoltei-me porque a simplicidade e a condição mental e física dessas mulheres foi usada odiosamente por um marginal que usa o nome de Deus.
E, pior, continua usando, como se caçoasse de todos nós, por acreditar piamente na impunidade!

Afinal, o que amedronta de verdade não é o tamanho da pena, mas a certeza da punição.

É essa escarnecedora impunidade que faz com que ele não tenha medo, como também é essa garantia que legitima outros diversos Joãos de Deus a continuarem seus crimes no silêncio escuro das vítimas.

Como advogada me peguei refletindo se eu seria capaz de defender os direitos de alguém assim... A resposta vai de encontro a todo meu aprendizado e ideologias: NÃO!!

Entendo que ainda não tenha um processo iniciado ou concluído, bem como não há uma condenação.

E pela profissão que exerço, há pouco tempo, é verdade, não costumo "condenar" suspeitos antes do devido processo, mas diante dos depoimentos de pessoas do mundo todo, não tem como acreditar que essas mulheres estejam inventando... Os depoimentos batem nos detalhes, pessoas que nem se conhecem! E se há dinheiro envolvido e facilidade para subornar, como demorou tanto tempo?

Por estudar bastante e ser apaixonada por direito penal, fico triste, porque muito bem colocado em seu artigo, a maioria dessas mulheres foram abusadas há muito tempo, então o prazo para MUITAS, senão todas, já prescreveu!

Além disso, como muito bem lembrado por um colega nos comentários, a idade do suspeito é superior a 70, ele usufruirá do benefício da prescrição "cortada" a metade.

Eu não tenho vontade nem disposição em realizar uma defesa para quem usa a fé para sequestrar a dignidade das pessoas!

Uma cidade inteira era sustentada pelo turismo "religioso" há mais de 10 anos... E uma das vítimas tentou denunciar, mas uma delegada orientou: não compensa, é briga de "cachorro grande"!

Quantos "cachorros" mais deixaremos de enfrentar por serem "grandes"?

A diferença entre Lei e Justiça é para isso, às vezes necessário infringir a lei para alcançar a justiça, por isso não sou tão garantista e legalista em certos casos...
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